terça-feira, 2 de junho de 2009

Autismo

Autismo

Perturbação profunda do comportamento que se manifesta normalmente antes dos 30 meses de idade, sendo mais comum nos rapazes.

 

Causas

Ninguém sabe o que provoca o autismo. Existem dados que apontam para que afecte amiúde membros da mesma família, já que os familiares de crianças autistas apresentam, se não autismo, pelo menos alguns sintomas da perturbação, como, por exemplo, atrasos na aquisição da linguagem. A mãe de uma criança autista pode também ter tido complicações durante a gravidez e o parto.

Nada demonstra que o comportamento dos pais contribua para o autismo, se bem que o contrário seja uma realidade incontornável: cuidar de uma criança autista pode ter consequências sérias para a saúde dos pais.

Em termos estatísticos, é lícito afirmar que o autismo ocorre em três ou quatro casos cm cada 10 000 nascimentos, número que parece ter aumentado até sete vezes mais nos últimos anos, coincidindo esta maior frequência com o uso da vacina tríplice contra o sarampo, a papeira e a rubéola (VASPR), o que tem suscitado especulação em torno das ligações entre esta vacina c o autismo.

As sugestões de que a vacina causa autismo são, porém, pouco consistentes: a maioria dos estudos epidemiológicos e de saúde pública refuta a ideia, mas alguns cientistas (normalmente virologistas) sustentam a hipótese de haver uma relação causal entre ambas. Um dos problemas tem a ver com o facto de a administração da VASPR se iniciar por volta da altura cm que surgem os primeiros sinais de autismo. De facto, é vulgar a criança só denotar sinais de autismo por volta dos 2 anos. Nenhuma prova sólida relaciona estas duas situações, mas é importante esta informação.

 

Sintomas

Os sintomas mais comuns são deficiências, atrasos de linguagem e ausência de aptidões sociais. Uma criança autista não tem quase nenhuma percepção da existência separada de outras pessoas, normalmente não gosta de mimos e pode não estabelecer contacto visual directo com ninguém, incluindo a mãe. A criança tem tendência para não comunicar através de gestos e é normalmente incapaz de desfrutar de brincadeiras do tipo "faz-de-conta". Também pode desenvolver tiques estranhos e é quase sempre muito resistente a qualquer tipo de mudança.

A maioria das crianças autistas tem níveis de inteligência abaixo da média, mas algumas revelam capacidades raras, que envolvem quase sempre tarefas mecânicas ou habilidades de memória ou cálculo e não verdadeira criatividade.

 

Diagnóstico

Depende também da história clínica do doente. Não há exames que permitam determinar objectivamente o autismo, apesar de certos testes psicológicos possibilitarem formalizar alguns dos défices sintomáticos observados. Os exames neurológicos são contraditórios: alguns revelam anomalias cerebrais profundas nos lobos temporais, a par de outras no cerebelo; em contrapartida, outros não confirmam estes resultados. Os dados actuais da investigação parecem indicar que existe uma associação entre o autismo e anomalias cerebrais, mas não há marcadores biológicos seguros daquilo que o causa.

 

 

 

Tratamento

Não há indicações de que a medicação ajude. Algumas pessoas com formas mais ligeiras de autismo não são reconhecidas como autistas e, na sua adolescência, podem ser erradamente consideradas esquizofrénicas. Se lhes forem receitados antipsicóticos, o seu estado pode piorar.

Numa linha pedagógica, o tratamento passa pela educação comportamental individual intensiva.

 

Prognóstico

É variável. Mesmo que alguns tratamentos apregoem ter sucesso, para a maior parte dos doentes o prognóstico é muito pouco animador. As formas mais moderadas de autismo poderão responder melhor ao tratamento comportamental, o que fará que o panorama se torne bem mais favorável.

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