terça-feira, 2 de junho de 2009

Bulimia

Bulimia

Esta perturbação caracteriza-se por episódios recorrentes de ingestão compulsiva de grandes quantidades de comida num curto lapso de tempo, seguindo-se depois vómitos provocados e grande culpabilidade.

Apesar de afectar muitas pessoas (pelo menos, uma em 50 mulheres), é frequente a bulimia não ser diagnosticada. Enquanto a anorexia nervosa é uma perturbação que atinge sobretudo raparigas adolescentes, a bulimia afecta mulheres ligeiramente mais velhas. Os homens podem também sofrer desta perturbação, mas é raro.

A bulímica teme ser incapaz de parar. Receia ter peso a mais e pode sentir-se deprimida c culpada após a ingestão compulsiva de alimentos. Este episódio é normalmente seguido de vómito auto provocado e do uso de um laxante ou um diurético (ou ambos) ou de um período de jejum. Ao contrário do que sucede com as anorécticas, o peso da bulímica é geralmente normal, variando muito consoante as fases de ingestão compulsiva de alimentos e de jejum.

 

Causas

Considerada uma doença de mulheres em dieta permanente, a bulimia é muito mais do que uma obsessão com a elegância. Os ideais de elegância transmitidos pelos meios de comunicação e pelo mundo da moda acabam por pressionar as mulheres a sentirem a necessidade de ser magras e fazer dieta, o que justifica a crescente prevalência de perturbações alimentares. É normal as bulímicas sentirem que a sua felicidade depende de serem ou não magras, mas é também usual a bulimia ser uma consequência de traumas emocionais, como abuso sexual na infância ou uma relação pessoal complicada. Muitas vezes, as bulímicas lembram-se da primeira vez em que provocaram o vómito, que representou, na altura, uma sensação de enorme libertação emocional. Por vezes, no entanto, não há qualquer razão aparente.

 

 

Diagnóstico

Além das oscilações de peso, não existem sinais clínicos de bulimia, pelo que o diagnóstico se baseia praticamente nos sintomas descritos pela pessoa. Existem traços característicos, sobretudo os episódios recorrentes de ingestão compulsiva. Um episódio de ingestão compulsiva ocorre quando uma quantidade de alimentos muito superior à que a maior parte das pessoas comeria e que pode atingir    15 000 ou até 20 000 calorias é consumida num curto lapso de tempo (por exemplo, duas horas). A bulímica não consegue parar de comer nem controlar o que come. Depois, tenta compensar este excesso alimentar provocando o vómito, com o uso de laxantes, diuréticos ou clisteres (ou uma combinação dos três), ou através de períodos de jejum ou exercício excessivo. Em geral, estes episódios dão-se uma ou duas vezes por semana, sendo que devem ter vindo a ocorrer há, pelo menos, três meses para que o diagnóstico possa ser feito.

 

Tratamento

Muitos manuais de auto-ajuda sugerem estratégias para melhorar os hábitos alimentares e formas de evitar situações que levem à ingestão compulsiva. Deve consultar-se um psiquiatra o mais rapidamente possível, sendo obrigatória uma forma de psicoterapia. Esta pode passar por psicoterapia psicodinâmica ou por terapia cognitivo--comportamental: em todo o caso, a pessoa afectada pode ser ajudada a descobrir o porquê do aparecimento da perturbação e a fazer o que está ao seu alcance para lidar com as necessidades emocionais subjacentes à mesma.

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