terça-feira, 2 de junho de 2009

Perturbação Bipolar

Perturbação Bipolar

 A depressão sem episódios de mania, ou perturbação unipolar, é dez vezes mais comum do que a perturbação bipolar (episódios de depressão e mania).

 

Sintomas

Uma exaltação prolongada, um optimismo sem limites, uma hiperactividade ininterrupta e uma loquacidade extrema são estados característicos da mania. Quase todos os indivíduos que têm episódios de mania sofrem também de depressão noutros momentos da sua doença, mas o inverso não é de todo verdadeiro.

Na sua fase inicial, a mania assemelha-se a um estado criativo e as fases de euforia provocadas pela perturbação podem ser comparadas à euforia induzida pelo consumo de drogas (semelhante a um speed). Contudo, à medida que a mania progride, os resultados são devastadores: gasta-se o que se tem e o que não se tem, podendo as pessoas ficar arruinadas em dois ou três dias; a desinibição dos comportamentos pode resultar em ofensas graves a terceiros, levar ao despedimento e a um assédio sexual impróprio; os delírios de grandiosidade e megalomania conduzem à falta de tolerância relativamente às censuras ou recusas dos outros e a euforia e a exuberância podem transformar-se rapidamente em cólera, paranóia e agressividade. O internamento compulsivo justifica-se quase sempre para protecção do próprio doente e daqueles que o rodeiam.

 

Causas

Existe uma forte componente genética na doença bipolar. Episódios isolados podem aparecer espontaneamente, mas costumam ocorrer durante situações de stress.

 

Tratamento

Os episódios maníacos obrigam a uma terapêutica psicofarmacológica geralmente com antipsicóticos e estabilizadores do humor em altas doses. O efeito de sedação (redução da agitação psicomotora) é rápido, mas a normalização do estado do humor e a total autocrítica só se atingem ao fim de 10-15 dias. Os estabilizadores do humor (carbonato de lítio, valproato de sódio, carbamazipina e outros mais recentes) devem ser usados em terapêutica de manutenção permanente, mesmo quando o doente está bem para evitar as recaídas ou, pelo menos, diminuir a sua gravidade.

A terapia electroconvulsiva é eficaz em casos de depressão profunda, mania e/ou quadros mistos. Todavia, é aconselhável que médicos, doentes e familiares discutam quais as vantagens e os riscos da TEC e saibam quais são as terapêuticas alternativas antes de avançarem para este tipo de tratamento.

 

Prognóstico

Mesmo sem tratamento, tanto a depressão como a mania tendem a resolver-se espontaneamente (embora seja difícil ultrapassar um episódio de mania sem tratamento). Porém, as recaídas são prováveis, sobretudo quando o doente não faz terapêutica de manutenção preventiva.

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